segunda-feira, 10 de setembro de 2012

A novela vai mostrar o início da conscientização do orgulho negro do Brasil e como surgiram as primeiras favelas.

Lado a Lado não é uma novela de época, mas uma novela sobre uma época que ajuda a compreender as mulheres de hoje. É essa a primeira conclusão que se tem da nova trama das 18h, que estreia hoje na Globo, ao ver as cenas apresentadas à imprensa há duas semanas e ao colher as impressões do elenco e da equipe envolvidos na produção.

Tudo gira ao redor delas e é sobre elas, seus sonhos, vontades e batalhas na virada do século 20 e na transição da Monarquia para a República, cenário reconstruído pela equipe do diretor Dennis Carvalho segundo imaginaram os autores Claudia Lage e João Ximenes Braga, sob supervisão de Gilberto Braga.

Inicialmente, há duas amigas, Isabel (Camila Pitanga) e Laura (Marjorie Estiano). A primeira é a bela filha de um ex-escravo, Afonso (Milton Gonçalves), que trabalha como doméstica desde os 14 anos. A segunda é uma normalista, filha de família tradicional em franca decadência. As duas sonham com a liberdade e vão se casar – Isabel com José Maria (Lázaro Ramos), por amor; Laura com Edgar (Thiago Fragoso), por conveniência.

Entre as duas jovens, e com o peso de décadas de tradicionalismo nas costas, Constância (Patrícia Pillar) se agarra como pode ao título de baronesa e luta, em vão, contra os novos valores que começam a se estabelecer. Mãe de Laura, ela acredita que só um bom casamento pode garantir futuro a uma mulher. Que o público espere, portanto, duelos cênicos dos mais palpitantes entre as talentosas Camila Pitanga, Patrícia Pillar e Marjorie Estiano. Abaixo, as atrizes ajudam o blog a desvendar o que move suas personagens:

Camila Pitanga fala de Isabel:

Isabel (Camila Pitanga), a libertária.

“Ela tem a auto-estima de pé, é o traço mais importante dela. O bacana da novela, mais do que chamar a atenção para o preconceito, é falar do negro se afirmando na sociedade. A gente não sabe nada sobre a mãe, mas ela tem um pai muito afetivo, que conseguiu comprar a sua liberdade e trabalhar como barbeiro. A patroa dela não chega a ser uma mãe, mas é afetiva. E como é uma senhora refinada, a Isabel aprendeu a se portar, teve boa edução. Ela vive bem no cortiço e numa casa de elite, transita entre esses dois mundos. Sempre que você olha para a história, está se pensando hoje. É uma oportunidade que essa novela dá.

 Patrícia Pillar fala de Constância:

Constância (Patrícia Pillar), a controladora.

“A novela fala muito sobre o nascimento da mulher moderna, por meio de uma filha do povo e de uma filha da elite. A Constância representa o nascimento de uma parte da elite que nós temos hoje, a mais preconceituosa. Ela luta por coisas que não vai conseguir conter, como o pensamento da filha. A Laura quer trabalhar e não aceita o casamento, mas a Constância tem uma opinião contrária porque, afinal, ela viveu esse modelo e foi feliz. Ela é uma falsa moralista, uma moralista que está a serviço de tudo menos da moralidade, como diz o Veríssimo. Fora isso, a novela tem também uma parte cultural maravilhosa, sobre o nascimento do samba e a vinda do futebol para o Brasil. Isso será matéria-prima do nosso dia a dia aqui, através de personagens que representam o nosso passado recente e também o nosso presente.”

 Marjorie Estiano fala de Laura: 

Laura (Marjorie Estiano), a reprimida.

“Tenho feito mulheres de opinião, que lutam por seus ideais. Talvez a Laura seja a precursora de todas elas. Ela tem um temperamento empreendedor, questionador e, por isso, bate de frente com a mãe. A relação delas sempre foi muito difícil. A Constância faz uma invasão muito grande na vida da Laura, ainda que seja por amor. Ela aceita o casamento, mas não como limitação – isso não determinou que ela vá parar de trabalhar.”

Toda a divulgação, fotográfica: Rede Globo.

Editado por: Mãe Polly d'Yêmanjá.

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